domingo, 14 de outubro de 2012

Constelações familiares: As ordens do amor

Há algum tempo venho estudando a obra do psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, idealizador das Constelações Familiares. De maneira bastante resumida, esta terapia vê a família como um sistema. A cura de um dos membros é realizada a partir da cura do sistema. E curar, para Hellinger, é reordenar. É colocar cada membro da família no que seria o seu lugar. Por isto, ele também chama a sua terapia de ‘as ordens do amor’.

A princípio, a Constelação Familiar parece apenas uma excelente terapia para a família. Mas vai muito além disso. O princípio dela é a ordem, e a ordem é necessária em qualquer sistema. A vida existe na ordem. A vida é ordem. “Cosmos”, palavra de origem grega, significa “ordem”.

É tal a necessidade de ordem nos relacionamentos que, na maioria das vezes, eles não terminam pela falta de amor, e sim, pela ausência de respeito. Bert Hellinger postula que “a ordem precede o amor”. Falando de outro modo, o amor só se perpetua no respeito. Assim, se tenho afeto por você, mas não o respeito, em pouco tempo isto incitará o seu ressentimento, e pode ser que cheguemos ao extremo de trocar o amor pelo ódio.

 

...O trabalho de Constelações Familiares já vem sendo aplicado no mundo corporativo. Quando, por exemplo, um chefe tem um funcionário que é um crítico ferrenho dele a ordem está corrompida. Todos podemos e devemos dar sugestões, mas o lugar de chefe – queiramos ou não – é ocupado apenas por um. Acima dele pode ter um outro chefe, mas naquela instância ele foi incumbido da liderança. O funcionário que, isoladamente, se torna um detrator do chefe tenta se colocar em um lugar que não lhe pertence. Não funciona. Ou ele vai corromper o sistema plantando a insatisfação ou será eliminado. Esta, aliás, é outra coisa interessante na obra do terapeuta alemão: é possível perceber onde a ausência de ordem poderá causar estragos. Na realidade, Hellinger diz que o amor é a maior força que existe. Por amor, compensações, ainda que doentias, são geradas. Um membro não reconhecido de um sistema familiar acaba reaparecendo em membros posteriores a ele, que sequer sabem que estão compensando sentimentos daquele que foi excluído....

 

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