Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me
sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de vinho do Porto, dizer a
minha neta:
- Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se
aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra te contar. E assim, dizer apontando o
indicador para o alto:- O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração!
Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. E
agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos
brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte.
Por isso, vou
colocar mais ou menos assim: É preciso coragem para ser feliz. Seja valente.
Siga sempre seu coração. Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos
também irão. E satisfaça seus desejos. Esse é seu direito e obrigação. Entenda
que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre
ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você. Tenha
poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim. Aproveite sua casa, mas vá
a Fernando de Noronha, a Barcelona e a Austrália. Cuide bem dos seus dentes.
Experimente, mude, corte os cabelos. Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o
carteiro...
continuaçao na 2(segunda postagem deste blog... abaixo...
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